Acompanhem a peregrinação e a morte no SUS
de Darlan Teixeira Santos, 30 anos, servente de pedreiro. É uma verdadeira
tragédia! É uma história de arrepiar!
No dia 3 deste mês de julho, Darlan foi
vítima de acidente de moto no Setor Madre Germana. É encaminhado ao Hospital de
Urgência de Goiânia (HUGO), onde é constatado traumatismo craniano clínico, que
não precisaria de cirurgia.
No dia 8, Darlan é transferido do HUGO
para o Hospital S. Domingos, onde é acompanhado por dois neurologistas.
No dia 11, recebe alta e volta para
casa, em Goiânia, reclamando de dores de cabeça.
No dia 13, procura o CAIS da Chácara do
Governador e de lá é encaminhado ao HUGO. Depois é transferido para o Hospital
Cidade Jardim e, no dia 15, recebe alta, voltando para casa.
No dia 17, volta a sentir dores de cabeça
e, mais uma vez, vai ao CAIS da Chácara do Governador, onde precisou de
reanimação. É novamente levado para o HUGO e volta para o CAIS.
No dia 18, de madrugada, Darlan morre,
após sofrer oito paradas cardíacas (cf. O Popular, 19/07/13, p. 4).
Reparem! Não dá para acreditar! Em sua
maratona por atendimento, Darlan percorreu 10 Unidades de Saúde. Quanto
descaso! Quanta judiação! Quanta irresponsabilidade! Como escrevi em outro
artigo, é realmente “um SUS que mata os pobres”!
Pergunto: se Darlan fosse filho do
governador, do prefeito ou de algum outro político, será que estaria morto?
Certamente não. A morte de Darlan é um crime do Poder Público, que clama por
justiça. Quem vai responder judicialmente por ele?
Diante da gravidade do acontecido, faço
um apelo para que algum advogado de Goiânia - sensibilizado pelo caso de Darlan
- se disponha, voluntária e gratuitamente, a processar a Secretaria Municipal
de Saúde (SMS). Provavelmente, se isso acontecer, ninguém será condenado.
Infelizmente, as nossas leis não estão do lado dos pobres, mas dos poderosos.
Em todo caso, processar a SMS servirá para manifestar publicamente a indignação
e o protesto da sociedade organizada, e, quem sabe, para conseguir, ao menos,
uma indenização para a família de Darlan.
A morte dele - como afirma a irmã
Gersilene - foi provocada per negligência das Unidades de Saúde, por falta de
assistência adequada e vaga na UTI. Não adianta os responsáveis pela SMS e
pelas Unidades de Saúde inventarem desculpas. Ninguém é bobo.
O caso de Darlan, que nos abalou a todos
e a todas, tornou-se emblemático, mas existem muitos outros casos parecidos com
esse. Apesar das manifestações do povo na rua, a situação da Saúde Pública
continua uma calamidade. Em Goiânia, estes últimos dias foram uma sucessão de
graves problemas no atendimento à população. Que desrespeito! Até quando, meu
Deus!
Sem nunca perder a esperança que uma
outra sociedade é possível, lutemos para que o Poder Público - Municipal,
Estadual e Federal - tome consciência que a saúde, por ser um direito
fundamental de toda pessoa humana, deve ser tratada como prioridade absoluta. A
vida em primeiro lugar!
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