“Pelo menos 61 servidores lotados em órgãos da administração direta e
indireta da Prefeitura de Goiânia, como a Comurg (Companhia de
Urbanização de Goiânia), receberam salários que, em alguns casos,
superaram R$ 80 mil, bem acima dos R$ 19,2 mil pagos a Paulo Garcia
(prefeito), que foi definido por decreto como teto no Município.” (O Popular, 15/08/13, p. 13)
Trata-se de um verdadeiro assalto aos cofres públicos.
Uma denúncia como essa deveria levar a Câmara Municipal a
tomar providências imediatas, para averiguar sua veracidade ou não. “A
verdade vos libertará” (Jo 8, 32).
Infelizmente, não foi isso o que aconteceu nestes dias. Entre
os vereadores prevaleceu uma prática política demagógica, oportunista,
calculista e interesseira, que é repugnante e totalmente antiética.
Reparem: “Após manobra da base do prefeito Paulo Garcia (PT), a
Câmara de Goiânia arquivou ontem (dia 14) requerimento apresentado pelo
vereador Elias Vaz (sem partido) para instalação da Comissão Especial
de Inquérito (CEI) para investigar casos de salários acima do teto na
Prefeitura de Goiânia. A pedido da líder do prefeito, Célia Valadão
(PMDB), a sessão plenária foi interrompida para reunião a portas
fechadas e quando retornaram ao plenário, 8 dos 17 vereadores que tinham
assinado o requerimento retiraram suas assinaturas” (Ib.).
Vejam os nomes dos vereadores que, por covardia ou interesse
pessoal (que não é certamente o amor à verdade) retiraram suas
assinaturas do requerimento: Zander Fábio (PSL), Antônio Uchôa (PSL),
Paulo da Farmácia (PSDC), Divino Rodrigues (PSDC), Bernardo do Cais
(PSC), Tatiana Lemos (PC do B), Paulo Magalhães (PV), Rogério Cruz
(PRB). Eleitores e eleitoras, será que esses vereadores merecem o voto
de vocês?
Por que tanta falcatrua? Não deveria ser interesse de todo
mundo saber se a denúncia dos supersalários é verdadeira ou não? E, se a
denúncia for verdadeira, os vereadores – como representantes e
servidores do povo – não deveriam ser os primeiros a exigir que os
responsáveis sejam processados, julgados, condenados e obrigados a
devolver aos cofres públicos o dinheiro roubado?
O fato que o prefeito “assinou decreto solicitando a adequação
dos salários” (Ib.) não justifica o comportamento irresponsável dos
vereadores. Investigar a denúncia e tomar as medidas legais cabíveis é
uma questão de justiça. Tamanha imoralidade não pode ser empurrada
debaixo do tapete.
Ora, se a investigação vai ser feita por meio de uma Comissão
Especial de Inquérito (CEI) ou por uma Comissão Permanente, é
secundário. O importante é que a investigação seja realizada em caráter
de urgência, que o povo não seja enganado ou feito de palhaço e que seja
dada uma satisfação pública à sociedade. Chega de enrolação! Não dá
mais para aguentar!
Aliás, é necessário que a investigação da denúncia dos
supersalários se estenda a todos os níveis do Poder Público: do
Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Trata-se de uma verdadeira
formação de quadrilha e de uma farra escandalosa, que clama por
justiça.
Ah! Se os vereadores de Goiânia e todos os políticos lembrassem as palavras do nosso irmão Francisco, bispo da Igreja de Roma!
“O futuro exige hoje a tarefa de reabilitar a política, que é
uma das formas mais sublime da caridade. O futuro exige de nós também
uma visão humanista da economia e uma política que obtenha cada vez mais
e melhor a participação das pessoas, evite o elitismo e erradique a
pobreza. Que a ninguém falte o necessário e que se garanta a todos
dignidade, fraternidade e solidariedade: este é o caminho proposto”
(Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 27/07/13).
Vale destacar que a líder do prefeito, acima citada, escreveu
um lindo testemunho de sua presença, como cristã e política, na JMJ. Dá
para entender? Quanta incoerência!
Irmão Francisco, se Deus quiser, chegaremos lá!
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