As
reivindicações dos Trabalhadores da Educação são justas e a greve é um direito
dos Trabalhadores. Chega de embromação! Não dá mais para aguentar tanto descaso
para com a Educação Pública! É um verdadeiro caos!
Parabenizo
o Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (SIMSED), que - por
sua organização e prática democrática - demonstra ser um Sindicato autêntico, preocupado
com a Educação Pública de qualidade e com os direitos dos Trabalhadores da
Educação. Demonstra, também, ser um Sindicato não corporativista, mas atento aos
desafios da sociedade e disposto a contribuir para com o “bem viver” do povo. Espero
que continue sempre assim! Ser autêntico e não corporativista são as duas principais
qualidades de um verdadeiro Sindicato de Trabalhadores.
Infelizmente,
não posso dizer a mesma coisa do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do
Estado de Goiás (SINTEGO), que - renegando a sua história - se tornou, há bastante
tempo, um Sindicato atrelado a interesses partidários escusos e - pelo menos no
caso de Goiânia - covardemente submisso à política governamental. Repudio sua
prática pelega.
Basta
lembrar o comportamento do SINTEGO na greve dos Trabalhadores da Educação do
Município de Goiânia de 2013. Ele traiu os Trabalhadores da Educação. Mesmo na
atual greve - decretada no dia 22 de maio - o SINTEGO é completamente omisso.
Fiquei
indignado com as últimas eleições realizadas no SINTEGO. Foram um espetáculo
deprimente e repugnante. A maracutaia praticada pela atual diretoria foi de um descaramento
inadmissível. Ela comportou-se como os antigos coronéis do interior que
trocavam de cargo entre eles, para manter o domínio político sobre o povo.
Os
Trabalhadores da Educação, que se sentirem lesados, devem recorrer à Justiça
contra a vergonhosa manobra da atual diretoria do Sindicato, pedindo - se for o
caso - a anulação do pleito e novas eleições gerais, verdadeiramente livres, ou,
pelo menos, uma nova eleição na Regional de Rio Verde, cujas urnas foram
impugnadas, invalidando os votos. Se, na Regional de Rio Verde, a eleição não
atendeu - como diz a Comissão Eleitoral - ao Regimento interno do Síndicato,
não foi certamente por culpa dos eleitores, mas por uma falha na própria
organização da eleição. O direito dos eleitores de votar deve ser preservado.
Que a justiça seja feita!
As
ações dos Trabalhadores da Educação em greve - como a ocupação do Departamento
de Gestão Pessoal (DGP) da Secretaria Municipal da Educação (SME), a grande
manifestação do dia 3 de junho, às 14 horas, na Praça Cívica e outras - têm o
apoio dos estudantes. dos servidores da Agência Municipal de Tránsito (AMT) - que
também estão em greve, de vários outros servidores.e do povo em geral.
Repudio
veementemente a prática autoritária da Secretaria Municipal da Educação e da
Prefeitura de Goiânia, que não cumpre acordos, corta direitos, pretende
criminalizar os grevistas e se nega a atender às justas reivindicações dos
Trabalhadores da Educação. É essa uma prática que o PT (quando ainda era
Partido dos Trabalhadores) sempre condenou. Agora que se tornou governo, faz a mesma
coisa dos outros e até pior. Realmente não dá para entender!
Reparem
que ironia. Parece deboche! Em março de 2008, o então ministro da Educação,
Fernando Haddad, constatava: “Os professores ganham mal mesmo e o salário só
aumenta em ano eleitoral". "É inadmissível que em um país como o
Brasil, 50% dos professores ganhem menos que o piso em tramitação no Congresso
Nacional, que é de apenas R$ 950,00. Estamos lutando para aprovar uma lei que
fixa esse piso, e metade ganha menos que isso”.
E
ainda: “A educação pública de qualidade é uma obra da sociedade”. “O grande
problema do Brasil é a desigualdade. Não aprendemos a ensinar a todos”. “50%
dos nossos jovens - diz ele - têm nível de aprendizado igual ao de alunos de
Israel - 23º maior Índice de Desenvolvimento Humano do mundo”. “Mas o abismo
que separa os melhores e os piores nas escolas do país faz a média brasileira
cair”. “Se a União não cumprir o seu papel, não vamos ter um sistema de
qualidade” (Fernando Haddad. Sabatina promovida pela Folha de S.Paulo, na
capital paulista, em 25 de março de 2008).
Por
que, então, a União, os Estados e os Municípios - mesmo os governados pelo PT,
como Goiânia - não cumprem o seu papel?
Já passou da hora! Por que continuam enrolando os Trabalhadores da
Educação e o próprio povo? A educação pública de qualidade não deve ser
prioridade absoluta do governo, em todos os níveis?
Mesmo
tendo sido declarada ilegal pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO),
a greve é justa e merece total apoio. A justiça está acima da lei. Viva a luta
dos Trabalhadores da Educação! Unidos, jamais serão vencidos!
. Marcos Sassatelli, Frade dominicano
Doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP),
Professor aposentado de Filosofia da UFG
E-mail: mpsassatelli@uol.com.br
Goiânia, 04 de junho de 2014
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