No café da manhã do último dia 28 - em reunião com os presidentes do Legislativo e do Judiciário (Rodrigo Maia - Câmara, Davi Alcolumbre - Senado, Dias Toffoli - Supremo Tribunal Federal) e Ministros - Jair Bolsonaro pediu união em torno das medidas que o Governo está tomando para tirar o País do “fundo do poço”. Quanta hipocrisia! Quanta mentira! O descaramento não tem limite!
Os participantes da reunião definiram as linhas gerais de um documento chamado “Pacto pelo Brasil”. Leia: “Pacto pelo Brasil dos ricos” (1% da população): os banqueiros, os donos das multinacionais e os latifundiários, que - por serem detentores do poder econômico e adoradores do deus dinheiro - se tornam cada vez mais ricos às custas dos pobres cada vez mais pobres (explorados e descartados como lixo humano).
Diante de um Governo que - a toda hora - fala o nome de Deus em vão com a conivência de falsos líderes religiosos e que - de maneira covarde e oportunista - está totalmente submisso aos interesses financeiros do sistema capitalista neoliberal (um sistema perverso, iniquo e diabólico), o que fazer? Só há um caminho que pode desencadear um processo de mudanças estruturais, dando passos concretos para fazer acontecer - mesmo no meio de ambiguidades e contradições - um novo Projeto de Brasil, que é o Projeto Popular ou - à luz da Fé - o Reino de Deus na história: a união e organização dos Movimentos Sociais Populares, Entidades Sindicais de Trabalhadores e Trabalhadoras, Partidos Políticos Populares e outras Organizações. É esse o verdadeiro “Pacto pelo Brasil”!
Deus está do lado do seu Povo e de todos aqueles e aquelas que lutam por outro Brasil possível. “Eu vi muito bem a miséria do meu Povo (...). Ouvi o seu clamor contra seus opressores e conheço os seus sofrimentos. Por isso, desci para libertá-lo (...)” (Ex 3,7-8).
Os cristãos e cristãs e suas Igrejas - por conhecerem o Projeto de Jesus de Nazaré, que é o Reino de Deus acontecendo na história do ser humano e do mundo - deveriam estar sempre na linha de frente de todas as lutas dos Movimentos Populares por um Brasil Novo, por um Mundo Novo
Vejam o que diz o Papa Francisco sobre o protagonismo dos Movimentos Populares (incluindo também Entidades Sindicais de Trabalhadores e Trabalhadoras, Partidos Políticos Populares e outras Organizações), que o Governo quer criminalizar.
“Atrevo-me a dizer que o futuro da humanidade está, em grande medida, nas mãos de vocês, em sua capacidade de organização e promoção de alternativas criativas na busca diária dos três T (trabalho, teto, terra), e também em sua participação como protagonistas nos grandes processos de mudança, mudanças nacionais, mudanças regionais e mudanças mundiais” (Papa Francisco. 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares. Santa Cruz de la Sierra - Bolívia, 09/07/15).
E ainda: “Pudemos falar (no 2º Encontro) da necessidade de uma mudança para que a vida seja digna, uma transformação de estruturas; além disso, do modo como vocês, Movimentos Populares, são semeadores de mudança, promotores de um processo para o qual convergem milhões de pequenas e grandes ações interligadas de modo criativo, como numa poesia; foi por isso que quis chamar vocês ‘poetas sociais’” (Papa Francisco. 3º Encontro Mundial dos Movimentos Populares. Roma - Itália, 05/11/16).
Vejam também o que o Papa Francisco diz a respeito da relação da Igreja com os Movimentos Populares. Antes de tudo, com muita alegria, constata: “Soube que são muitos na Igreja aqueles que se sentem mais próximos dos Movimentos Populares. Muito me alegro por isso! Ver a Igreja com as portas abertas a todos vocês, que se envolve, acompanha e consegue sistematizar em cada Diocese, em cada Comissão ‘Justiça e Paz’, uma colaboração real, permanente e comprometida com os Movimentos Populares”.
Por fim, faz um caloroso convite: “Convido-vos a todos, bispos, sacerdotes e leigos, juntamente com as organizações sociais das periferias urbanas e rurais, a aprofundar este encontro” (Papa Francisco. 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares. Ib.).
Ouçamos o convite do nosso irmão o Papa Francisco! Não sejamos omissos! A omissão - que, infelizmente, é muito comum na Igreja - torna-se conivência criminosa com o sistema dominante.
Dia 14 de junho vamos ocupar as ruas e construir a maior greve geral da história do País! Vamos lutar contra a Reforma (ou melhor, Antirreforma) da Previdência! Vamos exigir que o Governo taxe os lucros mirabolantes dos bancos e as grandes fortunas! Viva os Trabalhadores e Trabalhadoras! Outro Brasil é possível e necessário! Lutemos por ele! A vitória é nossa!
Em tempo: No dia 14 de junho, em Goiânia, haverá uma grande manifestação, com concentração às 10 horas, na Praça Cívica, em frente ao Coreto. Participe!
Marcos Sassatelli, Frade dominicano
Doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP)
Professor aposentado de Filosofia da UFG
E-mail: mpsassatelli@uol.com.br
Goiânia, 05 de junho de 2019
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