Na ocupação do Plenário da Câmara Municipal de Goiânia pelos Professores e Auxiliares Administrativos da Rede Municipal de Educação lia-se - escrita em letras garrafais - a faixa: “Fechado para faxina”. É uma faixa muito significativa e diz tudo. Manifesta a profunda indignação dos Educadores do Município e o desejo de mudanças estruturais na Educação Pública - que é um caos - para que seja uma Educação de qualidade.
Antes de tudo, quero fazer alguns questionamentos. Por que a Secretária da Educação do Município, Neyde Aparecida (que - diga-se de passagem - já foi presidenta do SINTEGO e teve uma prática totalmente diferente da atual) e o Prefeito Paulo Garcia não querem dialogar com os professores, em greve há 15 dias? Não era o diálogo que - antes de assumir o Poder - os políticos do PT sempre defendiam nas greves? Será que já esqueceram disso? Que memória curta! Não eram os políticos do PT, que denunciavam os governantes quando diziam que não iriam negociar com os Trabalhadores em greve? Que oportunismo e que incoerência!
Quando são os políticos - que sempre defenderam os interesses dos poderosos (e não dos Trabalhadores) - que têm este tipo de prática, mesmo não aceitando e lutando contra ela, dá para entender. Quando, porém, são os políticos do Partido dos Trabalhadores, que têm este tipo de prática, realmente não dá para entender! A indignação é maior, porque é uma indignação repugnante, ou, melhor dizendo, nojenta.
E ainda: por que os vereadores fazem tantas manobras para não atender às reivindicações dos professores? Por que o procurador-geral da Câmara, Marconi Pimenteira - no lugar de ajudar a solucionar o problema - quer criminalizar os professores? A greve não é um direito dos Trabalhadores?
Um outro questionamento. Por que, muitas vezes (não digo, sempre), as lideranças dos Sindicatos e dos Movimentos Sociais Populares se deixam cooptar pelo Poder Público, perdendo sua autonomia e traíndo a causa dos Trabalhadores? O SINTEGO (entre outros) - que teve uma história de luta em favor dos Trabalhadores em Educação - não é, hoje, um exemplo claro de neopeleguismo?
Depois desses questionamentos, quero afirmar, alto e bom som, que as reivindicações dos Trabalhadores em Educação, como o aumento do salário, a melhoria nas condições de trabalho e a não aprovação de um novo projeto que altera a gratificação do “Difícil Acesso” e outras, são justas. Portanto, o Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (SIMSED) merece, em sua luta, nosso apoio e nossa total solidariedade.
Espero que os governantes responsáveis reflitam, dialoguem com os Professores do Município e tomem urgentemente as providências necessárias. Os educadores e os estudantes - crianças, adolescentes e jovens - merecem respeito e consideração.
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