Os professores e técnicos administrativos da Educação Pública de Goiânia (e, podemos dizer, de Goiás e do Brasil) são, em sua grande maioria, verdadeiras heroínas e verdadeiros heróis. Merecem o nosso respeito, a nossa admiração e a nossa gratidão.
Na greve dos trabalhadores em educação do Município de Goiânia, repudio o comportamento autoritário e intransigente do Prefeito Paulo Garcia, do Secretário do Governo Osmar Magalhães e da Secretária da Educação Neyde Aparecida. Lamento as manobras oportunistas de vereadores e a perda de credibilidade do SINTEGO, que se deixou cooptar pelo Poder Público, traiu os trabalhadores em educação e se tornou um Sindicato pelego.
Fico, pois, feliz em saber que a greve das educadoras e educadores, por sua seriedade e responsabilidade, está ganhando, cada vez mais, a simpatia, o apoio e a solidariedade - inclusuve material - dos Movimentos Sociais Populares, de alguns Partidos, do Movimento Estudantil e de outras Instituições da sociedade civil organizada.
Como professor de filosofia aposentado da UFG, fico orgulhoso e parabenizo a Universidade pela posição tomada e faço minha a Nota de Apoio à greve dos professores municipais dos três Conselhos: “O Conselho Universitário (CONSUNI), o Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura (CEPEC) e o Conselho de Curadores da Universidade Federal de Goiás, reunidos em sessão conjunta realizada no dia 11/10/2013, vêm a público manifestar apoio à greve dos docentes e dos técnicos administrativos da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia e solicitar ao Governo Municipal abertura de diálogo com as categorias em prol da valorização dos trabalhadores em educação e da qualidade da educação básica”.
Ao mesmo tempo que parabenizo a UFG, me dói - como costuma dizer o papa Francisco - o silêncio e a omissão (pelo menos até o momento) da PUC-GO, dos Colégios Católicos e da Arquidiocese de Goiânia. Não é certamente uma atitude evangélica!
Diz Francisco: "eu quero agito nas dioceses, que vocês saiam às ruas. Eu quero que a Igreja vá para as ruas, eu quero que nós nos defendamos de toda acomodação, imobilidade, clericalismo. Se a Igreja não sai às ruas, se converte em uma ONG. A Igreja não pode ser uma ONG" (Rio de Janeiro, 25/07/13).
Enfim, apareceu uma luz. O vereador Djalma Araujo, em uma série de posts no Twitter, relata: “vereadores e membros do movimento de greve dos professores se reuniram hoje (dia 11) à tarde com a promotora Simone de Sá. A promotora conseguiu abrir negociação e vai intermediar o diálogo dos professores com o Paço Municipal, a partir de segunda-feira. Serão formadas duas comissões: uma, com três vereadores da oposição e cinco membros do comando de greve. E outra, com três vereadores da base e cinco membros da Secretaria de Educação. Mais uma medida importante do MP que dá sinal verde para resolver este impasse. Coloco o meu nome à disposição para compor a comissão junto com o comando de greve e lutar pelo atendimento de suas reivindicações”.
Embora, vereador, a notícia seja motivo de alegria e de esperança, eu pergunto: por que só a partir de segunda-feira e não a partir de hoje? Não é, mais uma vez, uma atitude de descaso para com as professoras e professores, que estão acampados, desde terça-feira, no plenário da Câmara, em condições precárias? Será que querem dar um castigo às educadoras e educadores? Por que não dialogar logo? Vai prejudicar o feriado prolongado dos vereadores, da promotora e dos menbros da Secretaria da Educação? Quanta insensibilidade! Se pensam que, com essa atitude de descaso, irão cansar as professoras e professores, podem tirar o cavalo da chuva, porque elas e eles terão força suficiente para resistir. E ainda: por que o prefeito não está incluido na negociação e resiste a se encontrar com os grevistas? Dialogar com as educadoras e educadores, não seria um gesto de grandeza de sua parte?
Senhor, “vossos caminhos são verdade, são justiça” (Ap 15,3).
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