A questão
dos Migrantes é hoje uma das faces mais perversas e cruéis do pecado
social ou estrutural do mundo de hoje, ou - mais especificamente - do
Sistema Capitalista Neoliberal Mundial.
Basta acompanhar
minimamente a história dos/as Migrantes, sobretudo em direção à Europa e
aos Estados Unidos. Quanta maldade humana! Tudo em nome do Poder
Econômico: o deus dinheiro e seus adoradores. O nosso irmão,
o Papa Francisco - com muita dor no coração - chegou a afirmar que o
Mediterrâneo se tinha tornado um Cemitério de Migrantes.
E em
Goiás? Goiás é o 14º Estado com maior número de Migrantes
registrados no país, conforme dados de 2022 (amplamente divulgados nas
Redes Sociais e nos Meios de Comunicação). São 6.384, dos quais 3.398
mulheres e 2.986 homens.
Vivem em
situação desumana por causa do descaso do Poder Público. Eles/as não são somente
excluídos/as, mas descartados/as. Para os detentores do Poder Econômico, os/as
Migrantes não existem. São “sobras” e “rejeitos” da sociedade.
Faço minha,
dando total e irrestrito apoio, a denúncia profética - destemida e
corajosa - de Fabrício Rosa, jovem defensor dos Direitos Humanos e da
Irmã Mãe Terra Nossa Casa Comum. Ele assim se expressa:
“Que vergonha! Que absurdo! O
Governo de Goiás não irá realizar a etapa estadual da Conferência de Migrações!
A Prefeitura de Goiânia, por
sua vez, perdeu o prazo e também não realizará a etapa municipal.
Isso significa que Goiás não
enviará delegados/as para a Conferência Nacional, que se realizará em junho na
cidade de Foz do Iguaçu.
É um absoluto desrespeito aos migrantes, apátridas e
refugiados que vivem em Goiás!”.
(Nas
Redes Sociais, desde o dia 1º deste mês de abril. Vejam Vídeo abaixo: O Estado
e a Prefeitura proibiram a realização de Conferências municipais e estaduais
preparatórias)
Essa é a realidade! Toda nossa
solidariedade às pessoas e Entidades que - como a Pastoral do Migrante -
tentam, com amor de irmãos e irmãs, “amenizar” essa situação de
sofrimento.
Por fim, meditemos as palavras
do Papa Francisco: “Os seres humanos e a natureza não devem estar a serviço do
dinheiro. Digamos NÃO a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o
dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta
economia destrói a Mãe Terra”.
“Existe um sistema com outros
objetivos. Um sistema que, apesar de acelerar irresponsavelmente os ritmos da
produção, apesar de implementar métodos na indústria e na agricultura que
sacrificam a Mãe Terra na área da ‘produtividade, continua a negar a milhares
de milhões de irmãos/ãs os mais elementares direitos econômicos, sociais e
culturais. Este sistema atenta contra o projeto de Jesus”. É “Idólatra”,
“mata”, “exclui” e ‘destrói’ a Mae Terra.
De outro lado, com muita
esperança, Francisco fala de uma “economia popular e produção comunitária”, de
uma “economia verdadeiramente comunitária”, de uma “economia de inspiração
cristã”, de uma “economia justa”, de uma “economia a serviço das pessoas”
(Papa
Francisco. 2º Encontro Mundial dos Movimentos Populares. Santa Cruz de la
Sierra. Bolívia, 7-9 de julho de 2015).
É de muitos/as
jovens militantes - unidos/as e organizados/as - que o mundo e o Brasil precisam.
Parabéns, Fabrício!
“Somos
Mundo Novo, Mundo Novo queremos!”
(Lema
do “Movimento Mundo Novo”
Marcos Sassatelli, Frade dominicano
Doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP)
Professor aposentado de Filosofia da UFG
E-mail: mpsassatelli@uol.com.br
Goiânia, 04 de abril de 2024
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