Aos
Irmãos/ãs, Companheiros/as de caminhada e de luta dos Partidos Políticos
Populares (chamados “de esquerda”), que assumirão o Mandato - Serviço
de Vereadores/as ou Prefeitos/as no início de 2025.
Junto
com os meus parabéns pela vitória, desejo que vocês - na prática da Política
Partidária Popular de Vereadores/as ou Prefeitos/as - sejam sempre coerentes
com o Projeto de Sociedade e de Mundo (a Irmã Mãe Terra Nossa Casa Comum) que
vocês defendem e querem ajudar a construir.
Como
Irmão e Companheiro de vocês - que por mais de 50 anos frequentou a
“Universidade do Povo”, conviveu com o Povo nas Comunidades Eclesiais de
Base (CEBs), nas Pastorais Sociais, nos Movimentos Populares e aprendeu
muito com a sabedoria de vida dos Pobres (marginalizados,
oprimidos, excluídos e descartados) - permito-me (a título de colaboração) apontar
para vocês, novos Vereadores/as e Prefeitos/as dos Partidos
Políticos Populares, alguns caminhos que vocês devem percorrer no cumprimento de seu mandato.
1. ANUNCIEM com seu
testemunho de vida e com sua palavra - de maneira clara e
sem ambiguidades - o Projeto de Sociedade e de Mundo pelo qual vocês
lutam: um Projeto igualitário (sem classes), justo, fraterno, comunitário
(socialista e comunista, no verdadeiro sentido da palavra), com condições de Vida digna para todos/as,
que denomino: Projeto Social
Popular (PSP).
(Por “social” - no singular ou no plural - entendo sempre: socioeconômico, sociopolítico, socioecológico ou socioambiental, sociocultural e sociorreligioso)
2. FAÇAM do seu mandato uma Comunidade de Companheiros/as, que - coordenada por vocês - presta serviços ao Povo, desde os Pobres e com os Pobres.
3. VALORIZEM a diversidade na unidade: nos Partidos Políticos Populares e entre eles; nas Organizações Sociais Populares e entre elas; nas CEBs e Pastorais Sociais e entre elas. Todas essas Entidades Populares estão comprometidas com a construção do Projeto Social Popular (PSP): um Brasil Novo e um Mundo Novo acontecendo. “Trabalhador/a unido/a (e organizado/a) jamais será vencido/a”.
A diversidade na unidade
se revela nas diferenças
e divergências que - às vezes - há
entre os Companheiros/as dessas Entidades Populares: na leitura - analise e interpretação - da realidade; na definição
dos passos que podem e devem ser dados para
transformá-la; e na disputa - que é legítima - por “serviços” (funções) em suas
Entidades Populares.
A diversidade (diferenças
e divergências) entre os/as que lutam pelo mesmo ideal, fortalece a caminhada.
4. LUTEM - unidos/as e organizados/as - pelo Projeto
Social Popular (PSP), fazendo Aliança entre os Partidos
Políticos Populares; com as Organizações
Sociais Populares (Movimentos Populares,
Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras, Coletivos de Mulheres, Entidades
de Estudantes, Comitês ou Fóruns de Direitos Humanos e de Cuidado para com a
Irmã Mãe Terra Nossa Casa Comum, Comissões de Justiça e Paz e outras); com as Comunidades
Eclesiais de Base (CEBs) e com as Pastorais Sociais (Pastoral
da Terra, Pastoral da Moradia, Pastoral da Saúde, Pastoral Operária, Pastoral
Carcerária, Pastoral do Migrante, Pastoral do Povo da Rua e outras).
Essa Aliança
lembra a todos/as que os Partidos Políticos Populares, as Organizações Sociais Populares, as CEBs e as Pastorais
Sociais têm lado - o lado dos Pobres - e que suas lutas, por
mudanças estruturais, conjunturais e pessoais, acontecem sempre desde os Pobres e com os Pobres. O
maior exemplo disso é Jesus de Nazaré.
Os Partidos
Políticos Populares, porém, nunca devem fazer Aliança (palavra que significa “Comunhão de Projetos) com os Partidos Políticos Conservadores (chamados “de direita”)
que defendem a manutenção e o fortalecimento do Projeto
Capitalista Neoliberal: um Projeto
totalmente irracional,
desumano, antiético e anticristão,
que “exclui, degrada e mata” (Papa Francisco). É uma questão de coerência
humana e ética.
Para nós, os Políticos desses Partidos não são
somente adversários (que podemos ter também dentro dos nossos Partidos), mas
inimigos. O errado - desumano e antiético - não é ter inimigos, mas odiar os
inimigos. Nós temos inimigos, mas - seguindo o ensinamento de Jesus - amamos os
inimigos e pedimos a Deus por eles para que mudem de vida. A única maneira,
porém, de amar os inimigos (os opressores) é - como lembra Paulo Freire - lutar
contra o Projeto de Vida deles.
Com os Partidos Políticos Conservadores, que defendem o Projeto Capitalista Neoliberal, só podem ser feitos Acordos
pontuais em casos especiais e para
resolver questões sociais emergenciais (que não podem esperar mudanças
estruturais: um novo de Projeto Social).
5. RETOMEM - em seus
Partidos Políticos Populares - o Trabalho de Base entre os Trabalhadores/as da cidade e do campo, formando
Grupos de Pessoas interessadas em refletir
crítica e comunitariamente sobre a Política Partidária Popular e - libertando-se da dominação
ideológica dos Opressores - participar
dela ou colaborar com ela conscientemente. Precisamos muito disso!
A luta continua! Esperançar é preciso! A vitória é e será nossa! Abraços!
"Continuem a combater a economia criminosa
com a economia popular”
(Papa Francisco. Aos Movimentos Populares, Roma, 20/09/24)
Marcos Sassatelli
Frade dominicano
Doutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral
(Assunção - SP)
Professor aposentado de Filosofia da UFG
E-mail: mpsassatelli@uol.com.br - Cel. e WA: (62) 9 9979 2282
https://freimarcos.blogspot.com/ - Goiânia, 08 de novembro de 2024
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