(Continua o último artigo sobre o Ser Humano)
O Ser humano histórico-individual (corpóreo, biopsíquico, espiritual ou pessoal), ou seja, o Ser humano histórico em suas relações individuais (interindividuais), é "ontologicamente" voltado para o meta-histórico-individual; ele é - "já e ainda não" - meta-histórico-individual.
Como a meta-socialidade, a meta-individualidade (meta-corporeidade, meta-biopsiquicidade, meta-espiritualidade ou meta-pessoalidade) é constitutiva da meta-historicidade do Ser humano (ou seja, do Ser humano meta-histórico).
A meta-individualidade é - podemos dizer - "meta-individualidade social", porque o indivíduo influencia e condiciona dialeticamente a sociedade e vice-versa (como já vimos).
O Ser humano histórico meta-individualiza-se dialética e permanentemente como “Vida individual” ou “Morte individual”, até à meta-individualiação plena (total, absoluta) como “Vida individual plena” ou “Morte individual plena”.
A meta-individualização plena (total, absoluta) como “Vida individual plena” é a afirmação da dimensão individual do Ser humano em sua plenitude, ou seja, da humanização plena (da Vida eterna, da Páscoa definitiva, da Plenitude da Ressurreição, da Plenitude do Reino de Deus, da Salvação eterna, do Céu, do Paraíso).
A meta-individualização plena como “Morte individual plena” é a negação de tudo o que foi dito no parágrafo anterior.
Para o Ser humano meta-individual (meta-corpóreo, meta-biopsíquico, meta-espiritual ou meta-pessoal), esse processo dialético permanente da meta-individualização, até à meta-individualização plena, passa pelo reconhecimento dos outros Seres humanos como outros ou não e pela experiência do amor meta-individual (meta-corpóreo, meta-biopsiquico, meta-espiritual ou meta-pessoal) ou não (desamor meta-individual, egoísmo meta-individual), em todas as suas manifestações (expressões).
Essa experiência é a condição necessária para encontrar (conhecer e vivenciar) ou não o significado fundamental - último e definitivo - da existência humana individual. É a experiência do amor meta-individual ou não, que se dá (acontece) na e pela Práxis meta-individual (voltaremos sobre o assunto, falando da Práxis meta-individual).
Nessa altura de nossa reflexão sobre o Ser humano meta-histórico - meta-social e meta-individual - pergunto:
· O Ser humano histórico pode encontrar (conhecer, vivenciar) e realizar totalmente o significado (o sentido) de sua existência social (estrutural) e individual (corpórea, biopsíquica, espiritual ou pessoal) entre os limites da história?
· Ele pode encontrar em si mesmo um fundamento suficiente para afirmar a meta históricidade social (meta-socialidade) e individual (meta-individualidade)?
· Quais as perspectivas que se abrem para a realização do significado fundamental - último e definitivo - da existência humana, que parece ameaçado pela "morte"?
· Existe o Absoluto, o Infinito (Deus)?
Tendo presente que - como Seres humanos históricos (sociais e individuais) - só raciocinamos (refletimos), mesmo quando o fazemos à luz da Fé, com categorias espaço-temporais e que só por analogia podemos conhecer uma realidade meta-histórica (transcendente) “além da morte”, daremos uma resposta - limitada evidentemente - a estas questões.
Para fazer isso, na existência histórica do Ser humano, temos fundamentalmente dois "caminhos" ("vias"):
· O primeiro leva-nos a descobrir a necessidade da existência de Deus (o Outro absoluto), Fonte (Fundamento) do ser nos seres ou (em linguagem teológica) de Deus Criador.
· O segundo leva-nos a descobrir, diretamente, a dimensão da meta-historicidade humana e, indiretamente, a existência de Deus.
(Continua no próximo artigo sobre o Ser Humano)
Marcos Sassatelli, Frade dominicanoDoutor em Filosofia (USP) e em Teologia Moral (Assunção - SP) Professor aposentado de Filosofia da UFGE-mail: mpsassatelli@uol.com.br - Cel. e WA: (62) 9 9979 2282
https://freimarcos.blogspot.com/ - Goiânia, 15 de maio de 2025
O artigo foi publicadooriginalmente em:
https://portaldascebs.org.br/o-ser-humano-meta-historico-individual/ (26/05/25)
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