No dia 03 desde mês
de junho, cerca de duas mil pessoas, vindas de diversos lugares da Diocese de
Ipameri, de outras regiões do Estado de Goiás e do Distrito Federal reuniram-se
em Catalão (GO) para a 17º Romaria da
Terra e das Águas.
De Goiânia,
participaram pessoas da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Paróquia Nossa
Senhora da Terra (Jardim Curitiba, Região Noroeste), entre as quais este abaixo
assinado (que teve a felicidade de acompanhar e conviver com as comunidade da
Paróquia por diversos anos) e de Movimentos Sociais Populares. A ida de um
ônibus lotado foi organizada – com muito entusiasmos – por um “Coletivo de
Mulheres de luta” da Região, o apoio de jovens da Pastoral da Juventude do Meio
Popular (PJMP) e a colaboração do nosso companheiro deputado estadual Mauro
Rubem.
Tivemos ainda a
presença de diversos religiosos e religiosas, padres e os bispos das Dioceses
de Ipameri (a anfitriã), Dom Francisco; de Goiás, Dom Jeová Elias (referencial
da CPT Goiás na CNBB); de São Luís de Montes Belos, Dom Lindomar; de Rubiataba
e Mozarlândia, Dom Francisco Agamenilton; de Luziânia, Dom Waldemar (presidente
da CNBB-Centro Oeste).
O tema da Romaria –
como já é de conhecimento público – foi: “Cuidar
da Casa Comum – Por uma Cultura ecológica integral” e o lema: “Convertei-vos e vivereis” (Ez. 18, 32).
A concentração para a caminhada
se deu por volta das 13:30 horas “em frente à nova Igreja da cidade de Catalão,
Paróquia de São Francisco de Assis, onde as caravanas foram acolhidas
calorosamente. Todos e todas puderam se alimentar, assistir as primeiras
apresentações culturais do dia e visitar a Tenda da Educação, onde crianças e
jovens da Região expuseram trabalhos inspirados no tema da 17ª Romaria”.
Na abertura, Dom Francisco falou sobre o tema da Romaria e alertou: "A Igreja ao celebrar este momento, chama atenção de toda a Comunidade para os problemas maiores que vivemos. O Papa Francisco, ao nos brindar com a 'Laudato Sì', nos chama atenção para problemas que rondam a sociedade, sobretudo o aquecimento global, pelo descuido com a natureza. Se continuar assim, infelizmente, um futuro próximo deixará para a humanidade um saldo negativo, que pode tornar impossível a humanidade sobreviver. Há certas situações que são maiores, que dizem respeito ao que os políticos das Nações podem fazer acontecer, mas se não tomarmos consciência, acabamos aplaudindo ações que não são boas”.
Em depoimentos,
Comunidades rurais - locais e de outros Municípios da Diocese de Ipameri - e
Movimentos Sociais Populares denunciaram
os impactos negativos das empresas de mineração da região sobre suas vidas e compartilharam
o êxito das experiências de Resistência e Luta com Fé, alertando sobre a
necessidade de tomar consciência das questões socioambientais.
Representantes dos
Acampamentos Ana Ferreira e Oziel Alves Pereira do MST e da Comunidade de
pequenos proprietários da Vala do Rio do Peixe “compartilharam também experiências
de Resistência e Luta na terra, de práticas
agroecológicas de produção de alimentos sem veneno nas lavouras comunitárias e de
recuperação de nascentes”.
A caminhada “foi um momento de fortes reflexões, que
culminaram - na Praça Marca Tempo - com a apresentação teatral Caminho de Emaús, a encenação da
passagem bíblica e a partilha real dos alimentos entre todos os participantes”.
A Chamada
dos Mártires - “um momento
emocionante de memória dos agentes pastorais, religiosos e religiosas que
perderam suas vidas na defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do
campo - foi encerrada com uma homenagem às vítimas do COVID-19, simbolizadas
pela presença do violão do agente e animador da CPT Goiás, Romerson Alves, que faleceu em 16 abril de 2021, sem ter a chance
de se vacinar”.
A caminhada terminou
na praça da Igreja Nossa Senhora do Rosário, onde foi montada a estrutura para
a realização da Missa Campal. A Celebração
da Eucaristia foi encerrada com a entrega da cabaça simbólica da Romaria da
Terra e das Águas para o bispo da Diocese de São Luís de Montes Belos, que
irá sediar a próxima edição do evento.
Enfim, a participação na Romaria foi uma experiência muito bonita de Resistência e Luta com fé de irmãos e irmãs, seguidores e seguidoras de Jesus de Nazaré, que nos fez crescer na unidade e no compromisso para com um outro Brasil e um outro Mundo possíveis; o Reino de Deus acontecendo na história do Ser humano e da Mãe Terra, Nossa Casa Comum.
(Na segunda parte do artigo, farei algumas reflexões pessoais como crítica construtiva e, ao mesmo tempo, como alerta para as próximas Romarias da Terra e das Águas)
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