terça-feira, 26 de novembro de 2013

“Deus da Vida, guia-nos à Justiça e à Paz” [10ª Assembleia do CMI]

            Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), a principal organização ecumênica em nível internacional, que reúne 345 denominações religiosas cristãs - protestantes, evangélicas, anglicanas e ortodoxas - de mais de 110 países e territórios.
            O tema - refletido e debatido na Assembleia de Busan - foi: “Deus da Vida, guia-nos à Justiça e à Paz”. Fez alusão ao primeiro encontro do CMI em Amsterdã, em 1948, que enviou, na época, mensagem às Igrejas e ao mundo destacando o desejo: “nós pretendemos ficar juntos”.
A Mensagem final de Busan de 2013 - um documento que resume as conclusões da Assembleia - convida as Igrejas: "junte-se à Peregrinação da Justiça e da Paz". Demonstrando o sentimento de união e consenso existentes entre as muitas denominações presentes, proclama: “no amor de Jesus Cristo e pela misericórdia do Espírito Santos nós, como uma comunhão dos filhos de Deus, caminhamos juntos para o cumprimento do Reino” e “temos a intenção de caminhar juntos”.
Destaca a experiência da busca da unidade na Coréia, como um sinal de esperança no mundo. "Essa não é a única terra onde as pessoas vivem divididas, na pobreza e na riqueza, felicidade e violência, bem-estar e guerra. Nós não somos autorizados a fechar os olhos para as realidades duras ou para descansar as mãos da obra transformadora de Deus. Como uma irmandade, o CMI está em solidariedade com o povo e as Igrejas na península coreana, e com todos os que lutam pela Justiça e a Paz".
A Mensagem lembra-nos que “o CMI representa cerca de 500 milhões de membros, o maior corpo cristão fora da Igreja Católica, que são motivados nesta iniciativa ecumênica de junção, união e partilha de interesses comuns. Por aqui vemos que, ao mais alto nível oficial, todo o cristianismo está com uma disposição clara para remover o que (ainda) os separa e concentrar-se no que os pode unir”.
Mesmo reconhecendo que a Igreja Católica Romana não é membro do CMI, a Mensagem faz questão de destacar que a Igreja de Roma, em caráter oficial, “participa ativamente no movimento ecumênico” e acrescenta “que não apenas participa ativamente como é o seu principal interessado”.
Com palavras de muita esperança, afirma: “posto isto, e sendo este caminho aprofundado, qual a dificuldade em, finalmente, todos os cristãos se juntarem a Roma ao abrigo das mesmas premissas de justiça, paz, união…? Fica óbvio que nenhuma” (http://www.otempofinal.org/?p=1491;
O papa Francisco, no dia 30 de outubro, enviou uma Mensagem à Assembleia do CMI - intitulada “Periferias existenciais e família” - que foi lida pelo Card. Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. A Mensagem reconhece que “a Assembleia é o órgão de gestão mais importante do CMI, que “é convocada a cada sete anos” e que dela “participam mais de três mil representantes de 345 Igrejas e comunidades eclesiais”.
Lembrando, pois, que “a Assembleia precedente foi realizada em 2006 em Porto Alegre (RS), Francisco reitera “o empenho da Igreja Católica a continuar a cooperação de longa data com o Conselho”, destaca que “o mundo globalizado requer dos cristãos o testemunho do valor da dignidade da pessoa que vem de Deus” e defende “a educação integral dos jovens e uma promoção da pessoa que permita aos indivíduos e às comunidades crescerem em liberdade”.
            O papa Francisco explica que, “em fidelidade ao Evangelho, somos chamados a alcançar todos os que se encontram nas periferias existenciais da sociedade e a levar solidariedade aos irmãos e às irmãs mais vulneráveis”. E cita nomeadamente “os pobres, os deficientes, os nascituros e os doentes, os migrantes e os refugiados, os idosos e os jovens sem emprego”.
Francisco garante, ainda, a sua oração para que “a Assembleia contribua a dar novo impulso vital e nova visão a todos os que estão empenhados na causa sagrada da unidade dos cristãos”.

Termina a Mensagem, dizendo que “o Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom Brian Farrell, guia a delegação oficial católica, composta por 25 pessoas” e reafirma que “a Igreja Católica, mesmo não sendo membro do CMI, colabora ativamente com o organismo, através principalmente do “Grupo Misto de Trabalho”, instituído em 1965. Por fim, afirma que “a Rádio Vaticano acompanha os trabalhos da Assembleia com a enviada, Philippa Hitchen (BF)” (http://www.news.va/pt/news/periferias-existenciais-e-familia-a-mensagem-do-pa).
Retomando o tema da Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos deste ano (12 a 19 de maio) do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), perguntemo-nos: o que Deus exige de nós?

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