Assembleia do Conselho Mundial de Igrejas
(CMI), a principal organização ecumênica em nível internacional, que reúne 345
denominações religiosas cristãs - protestantes, evangélicas, anglicanas e
ortodoxas - de mais de 110 países e territórios.
O
tema - refletido e debatido na Assembleia de Busan - foi: “Deus da Vida,
guia-nos à Justiça e à Paz”. Fez alusão ao primeiro encontro do CMI em
Amsterdã, em 1948, que enviou, na época, mensagem às Igrejas e ao mundo
destacando o desejo: “nós pretendemos ficar juntos”.
A Mensagem final de Busan de 2013 - um
documento que resume as conclusões da Assembleia - convida as Igrejas: "junte-se
à Peregrinação da Justiça e da Paz". Demonstrando o sentimento de união e
consenso existentes entre as muitas denominações presentes, proclama: “no amor
de Jesus Cristo e pela misericórdia do Espírito Santos nós, como uma comunhão
dos filhos de Deus, caminhamos juntos para
o cumprimento do Reino” e “temos a intenção de caminhar juntos”.
Destaca a experiência da busca da
unidade na Coréia, como um sinal de esperança no mundo. "Essa não é a
única terra onde as pessoas vivem divididas, na pobreza e na riqueza,
felicidade e violência, bem-estar e guerra. Nós não somos autorizados a fechar
os olhos para as realidades duras ou para descansar as mãos da obra
transformadora de Deus. Como uma irmandade, o CMI está em solidariedade com o
povo e as Igrejas na península coreana, e com todos os que lutam pela Justiça e
a Paz".
A Mensagem lembra-nos que “o CMI
representa cerca de 500 milhões de membros, o maior corpo cristão fora da
Igreja Católica, que são motivados nesta iniciativa ecumênica de junção, união
e partilha de interesses comuns. Por aqui vemos que, ao mais alto nível
oficial, todo o cristianismo está com uma disposição clara para remover o que
(ainda) os separa e concentrar-se no que os pode unir”.
Mesmo reconhecendo que a Igreja
Católica Romana não é membro do CMI, a Mensagem faz questão de destacar que a
Igreja de Roma, em caráter oficial, “participa
ativamente no movimento ecumênico” e acrescenta “que não apenas
participa ativamente como é o seu principal interessado”.
Com palavras de muita esperança,
afirma: “posto isto, e sendo este caminho aprofundado, qual a dificuldade em,
finalmente, todos os cristãos se juntarem a Roma ao abrigo das mesmas premissas
de justiça, paz, união…? Fica óbvio que nenhuma” (http://www.otempofinal.org/?p=1491;
O
papa Francisco, no dia 30 de outubro, enviou uma Mensagem à Assembleia do CMI -
intitulada “Periferias existenciais e família” - que foi lida pelo Card. Kurt Koch, presidente do
Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. A Mensagem reconhece que “a Assembleia é o órgão de gestão
mais importante do CMI, que “é convocada a cada sete anos” e que dela “participam
mais de três mil representantes de 345 Igrejas e comunidades eclesiais”.
Lembrando, pois, que “a Assembleia
precedente foi realizada em 2006 em Porto Alegre (RS), Francisco reitera “o
empenho da Igreja Católica a continuar a cooperação de longa data com o
Conselho”, destaca que “o mundo globalizado requer dos cristãos o testemunho do
valor da dignidade da pessoa que vem de Deus” e defende “a educação integral
dos jovens e uma promoção da pessoa que permita aos indivíduos e às comunidades
crescerem em liberdade”.
O
papa Francisco explica que, “em fidelidade ao Evangelho, somos chamados a
alcançar todos os que se encontram nas periferias existenciais da sociedade e a
levar solidariedade aos irmãos e às irmãs mais vulneráveis”. E cita
nomeadamente “os pobres, os deficientes, os nascituros e os doentes, os
migrantes e os refugiados, os idosos e os jovens sem emprego”.
Francisco garante,
ainda, a sua oração para que “a Assembleia contribua a dar novo impulso vital e
nova visão a todos os que estão empenhados na causa sagrada da unidade dos
cristãos”.
Termina a Mensagem, dizendo que “o
Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Dom
Brian Farrell, guia a delegação oficial católica, composta por 25 pessoas” e reafirma
que “a Igreja Católica, mesmo não sendo membro do CMI, colabora ativamente com
o organismo, através principalmente do “Grupo Misto de Trabalho”, instituído em
1965. Por fim, afirma que “a Rádio Vaticano acompanha os trabalhos da
Assembleia com a enviada, Philippa Hitchen (BF)” (http://www.news.va/pt/news/periferias-existenciais-e-familia-a-mensagem-do-pa).
Retomando o tema da Semana de Oração
para a Unidade dos Cristãos deste ano (12 a 19 de maio) do Conselho Nacional de
Igrejas Cristãs (CONIC), perguntemo-nos: o que Deus exige de nós?
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