Reafirmo novamente tudo o que escrevi nos meus artigos: “Casa da Acolhida Cidadã?” (Diário da Manhã, 07/02/14) e “A respeito do artigo Casa da Acolhida Cidadã?” (ib., 14/02/14). A denúncia procede, sim! O fato foi testemunhado não só por mim, mas por mais dois religiosos, uma enfermeira e um enfermeiro.
É muito fácil dizer: “a respeito da denúncia em questão, em poucas palavras: não procede”. Acredite quem quiser!
Prezada Gardenia, eu, graças a Deus, não sou um débil mental. Telefonei pessoalmente na Casa da Acolhida Cidadã e quem atendeu - que não foi um fantasma - respondeu-me secamente e textualmente: “a Casa tem normas rígidas e quem desobedece vai para a rua mesmo”. Para bom endendedor, só esta resposta basta! Chega de conversa! O povo não é bobo! Talvez, Gardenia, estamos falando de casos diferentes! Quem sabe!
As denúncias a respeito da Casa da Acolhida Cidadã não são de hoje. Em 28 de dezembro de 2011, uma Comissão - formada por Eduardo Mota, então Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Elias Vaz, Vereador Presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal de Goiânia (articuladores) e mais cinco pessoas representantes de cinco Instituições fizeram uma visita à Casa da Acolhida Cidadã.
A partir da escuta dos acolhidos e dos profissionais da Unidade, e da própria constatação in loco, a Comissão - em seu Relatório - identificou, na época (não digo, hoje), diversas inadequações e irregularidades: a respeito da estrutura física, da alimentação, das condições de higiene e saúde e da equipe técnica e de educadores. A Casa parecia um depósito de “resíduos humanos”.
Considerando, pois (sempre naquela época), as denúncias de acolhidos e populares e as condições observadas in loco, a Comissão - em seu parecer final - afirma: “entendemos como inadmissível que pessoas sob a proteção do Município, passem pelo tipo de desassistência identificada na visita realizada por este colegiado. Solicitamos da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) ações imediatas no atendimento às demandas de alimentação, higiene e segurança, (...) bem como à apresentação de proposta de completa estruturação dos serviços prestados pela Casa da Acolhida Cidadã. (...) Indignados em face das afrontas e desrespeito aos Direitos Humanos de crianças, adolescentes, homens e mulheres cometidas pela SEMAS, esta Comissão vem (...) denunciar os fatos aos órgãos e instâncias competentes” (Relatório da Visita à Casa da Acolhida Cidadã, 4 de janeiro de 2012).
Reconheço (nisso dou os parabéns) que, em dois anos, a situação da Casa da Acolhida Cidadã melhorou, graças, sobretudo, ao trabalho da atual administração da SEMAS, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que a Casa mereça realmente o nome “da Acolhida Cidadã”. E não é, prezada Gardenia, negando fatos comprovados que chegaremos lá, mas reconhecendo os nossos erros e mudando a nossa prática. De minha parte, dou o caso por encerrado.
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