Não existe guerra justa. Não
há nenhum motivo no mundo que justifique uma declaração de guerra. Toda guerra é um crime contra a humanidade.
Os que se acham no direito de declarar guerra - seja qual for o motivo - são criminosos e assassinos.
A declaração de guerra e a
invasão russa da Ucrânia iniciou em 24 de fevereiro deste ano. As principais
razões (que na realidade não são razões) apontadas para tentar justificar tamanha
iniquidade humana, que é a guerra contra um país irmão, são: a possibilidade de
adesão da Ucrânia à OTAN, aliança militar de 30 países, que se expandiu pelo
Leste Europeu; a contestação do direito à autodeterminação da Ucrânia e, consequentemente,
do direito à soberania independente da Rússia; e o desejo de Vladimir Putin de
restabelecer a zona de influência da antiga União Soviética.
A
guerra já chegou ao seu 23º dia na sexta-feira 18 deste mês de março “com
relatos de bombardeios russos a áreas residenciais e ao metrô de Kiev,
evacuação da cidade estratégica de Mariupol e com a expectativa da retomada de
negociações de paz, que foram interrompidas no dia anterior. O último balanço
de Moscou estimava em quase 500 o número de soldados russos mortos. Mas fontes
de inteligência americana dizem que algo entre 2 mil e 4 mil soldados russos
morreram. Kiev afirma que morreram 1,3 mil soldados ucranianos. A estimativa é
de que, só em Mariupol, mais de 2,5 mil civis tenham sido mortos. A BBC (British
Broadcasting Corporation: Corporação Britânica de Radiodifusão) não conseguiu
verificar esses números de forma independente. Até agora, a ONU estima que mais
de 2,8 milhões de ucranianos deixaram o país” (em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60740855).
Mesmo
que não haja sempre concordância quanto ao número de mortes de civis e
militares da Ucrânia e da Rússia, com certeza essa guerra absurda e
totalmente irracional já causou milhares e milhares de vítimas inocentes.
Como
podem Vladimir Putin e todos os que apoiam a guerra ser tão insensíveis e tão
cruéis? Como podem ser frios assassinos de milhares de vítimas inocentes? Não são esses criminosos os verdadeiros
demônios de hoje?
Ora,
o que deve também ser denunciado e condenado como diabólico é o comportamento
do Patriarca de Moscou Cirillo I, da Igreja Ortodoxa Russa, nossa Igreja Irmã. Recentemente Cirillo I - que se declara amigo
de Vladimir Putin - disse em discurso público que a guerra é justa porque luta
contra modelos de vida contrários à tradição cristã. Que absurdo! Infelizmente,
com esse seu posicionamento, este nosso irmão mostrou que não entendeu nada do
Evangelho. Para um cristão de qualquer Igreja é muito doído ouvir essas palavras
do Patriarca, que - como pastor - deveria ser um testemunho vivo de
radicalidade evangélica. Oremos pela sua conversão!
Graças
a Deus, nem tudo está perdido! A esperança nunca morre! Com sua autoridade moral, mundialmente reconhecida, o nosso
irmão o papa Francisco - após a oração do Angelus de domingo 13 deste mês de
março - lançou um caloroso e sincero
apelo pelo fim do "massacre" e do "ataque armado
inaceitável" na Ucrânia. Francisco condenou a "barbárie" de matar civis, incluindo crianças. E implorou: "Em nome de Deus, peço que parem com
esse massacre".
Ouçamos o
clamor do papa e peçamos a Deus que os responsáveis pela guerra na Ucrânia voltem ao uso da razão. Façamos nossa a
Oração da Paz de São Francisco de
Assis.
Senhor, fazei-me
instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver
ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido;
amar que ser
amado.
Pois é dando que se recebe;
é perdoando que se é perdoado;
e é morrendo que se vive para a Vida eterna.