Sessão Soleneem Homenagem a Dom Tomás Balduino,na abertura do Centenário de seu nascimento.Câmara Federal, 28/11/22
Neste Ato, represento a Província dos Frades Dominicanos Frei Bartolomeu de Las Casas do Brasil. Tomás era Frade Dominicano.
Antes de tudo:
- saúdo e parabenizo os Trabalhadores e Trabalhadoras desta Casa - a Câmara Federal - que, com seu trabalho silencioso e dedicado, possibilitaram a realização desta Sessão Solene em Homenagem a Dom Tomás Balduino, o Mestre Solidário, na abertura do Centenário de seu nascimento.
- saúdo e parabenizo também a querida Dona Nena - irmã de D. Tomás - e os familiares presentes;
- saúdo e parabenizo, pois, o Deputado Federal Vicentinho, autor da proposta de Homenagem e demais Deputados Federais que - com o apoio da Comissão Brasileira Justiça e Paz da CNBB - nos convidaram a todos e todas para participarmos - presencialmente ou online - dessa Sessão Solene;
- saúdo e parabenizo, enfim, todos os irmãos e irmãs, companheiros e companheiras de caminhada e de luta, que nos acompanham.
Na minha breve
mensagem destaco - entre outras - quatro qualidades que marcaram a
história de vida de Tomás (já destacadas em dezembro de 2012, por ocasião de
seus 90 anos de idade, no artigo “Dom
Tomás, pastor - profeta do nosso tempo”).
Destaco também
- sempre entre outras - três causas
que Tomás defendeu (já destacadas em maio de 2017, fazendo a memória dos
primeiros três anos da Páscoa definitiva de Tomás, no artigo “Dom Tomás, sua luta continua”).
As 4 qualidades de Tomás:
- sua profunda sensibilidade humana;
- sua extraordinária perspicácia na escuta dos sinais dos tempos;
- sua prática radicalmente profética;
- e sua fé inabalável na utopia do Reino de Deus, que é a Boa-Notícia de Jesus de Nazaré, seu Projeto de vida”.
As 3 causas de Tomás:
- a Igreja Renovada e Libertadora;
- a Reforma Agrária Popular;
- e os Povos Indígenas”.
A respeito da primeira causa - a Igreja Renovada e
Libertadora - Tomás, à luz do Concílio Ecumênico Vaticano II e da Conferência
de Medellín, sonhou com uma Igreja renovada, libertadora e realmente
evangélica; com uma Igreja Povo de Deus e toda ministerial; com uma Igreja
Comunhão; com uma Igreja pobre, para os pobres, com os pobres e dos pobres: o
jeito de ser Igreja das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), que é hoje o
jeito de ser Igreja das primeiras Comunidades Cristãs.
A respeito da segunda causa - a Reforma Agrária
Popular - Tomás sempre foi solidário e deu total apoio aos trabalhadores e
trabalhadoras que lutavam pelo direito à terra - terra de trabalho e terra de
moradia - e pelo direito a uma agricultura familiar e comunitária
agroecológica.
A respeito da terceira causa - os Povos Indígenas -
Tomás sempre lutou pela demarcação das terras dos Povos Indígenas, pela
valorização de sua cultura, de suas tradições e do seu jeito comunitário de
viver, que é a sociedade do “bem-viver” e “bem-conviver”, sinal concreto do
Reino de Deus.
Concluindo, Tomás
foi um homem profundamente humano e
evangélico, que doou sua vida a serviço dos Pobres, da Justiça e dos
Direitos Humanos. Sua atuação marcou profundamente a Diocese de Goiás e todos os
lugares por onde ele passou.
Tomás foi
personagem fundamental no processo de criação do Conselho Indigenista
Missionário (CIMI), em 1972, e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em
1975. Nas duas Instituições, Tomás sempre teve atuação destacada, tendo
sido presidente do CIMI, de 1980 a 1984 e presidente da CPT de 1999 a 2005. A
Assembleia Geral da CPT, em 2005, o nomeou Conselheiro Permanente.
Lutar por um
mundo mais justo, mais igualitário, mais humano e mais fraterno, significa
lutar pelo Reino de Deus, que é o Projeto de vida de Jesus de Nazaré, que é a
missão da Igreja. Pelo seu testemunho de vida, a Igreja deve ser no mundo sinal
visível do Reino de Deus.
Tomás, seu
testemunho, sua profecia, sua esperança e sua memória continuam hoje na vida de
tantos irmãos e irmãs nossos do campo e da cidade. Repetimos com você, Tomás: “Direitos Humanos não se pede de joelhos,
exige-se de pé”.
Tomás, presente! Sua luta, é nossa luta!