Em Goiânia, entre a
noite do dia 4 e a madrugada do dia 5 deste mês, foram barbaramente executados
mais três Moradores de Rua: Ricardo Jorge Teixeira Figueiredo (o português), de
30 anos e dois outros homens ainda sem identificação.
O delegado Adriano
Costa, adjunto da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH),
disse que não há nenhuma ligação entre os três casos e nenhuma relação com
grupo de extermínio, porque cada caso aconteceu de uma forma diversa do outro.
Delegado Adriano, o
senhor não acha que assassinar Moradores de Rua, de forma diversa, pode ser
proposital (para despistar), provando justamente o contrário daquilo que o
senhor diz? Como o senhor tem o despudor de afirmar que se trata de “problemas
pontuais”, quando, somente na capital, em pouco mais de um ano, foram
executados 44 (ou 48, segundo uma outra fonte) Moradores de Rua? Se realmente - pelas investigações feitas - a
maioria das execuções está ligada ao acerto de contas entre Moradores de Rua e
traficantes, o que tem - ou, quem está - por trás de tudo isso? O fato de a DIH
se achar na obrigação de dizer - toda vez que acontecem assassinatos de
Moradores de Rua - que não existe grupo de extermínio, não suscita muitas desconfianças?
Infelizmente, matar
Moradores de Rua tornou-se habitual e Goiânia, em proporção à sua população,
ocupa o primeiro lugar no Brasil. É uma situação que clama por justiça diante
de Deus!
Apesar de tantas
reuniões, de tantas conversas e de tantas promessas, a ineficiência dos Poderes
Executivo e Legislativo (Municipal, Estadual e Federal) é assusdora, com a
leniência do Judiciário e a omissão do Ministério Público.
Falou-se diversas
vezes na federalização dos assassinatos de Moradores de Rua de Goiânia. Segundo
a Midia noticiou, alguns pedidos já foram feitos, mas até agora nada de
concreto aconteceu e a matança continua.
Diante dos três
últimos assassinatos, na manhã do dia 6 do mês corrente, numa reunião extraordinária
do Comitê Pop Rua (órgão da Prefeitura de Goiânia, criado para instituir
políticas para a População em situação de Rua), com a participação de um
representante da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos
da Presidência da República (SDH-PR), foi anunciado que a referida Secretaria
encaminhou o pedido ao Superior Tribunal de Justiça (STF) para a federalização
das investigações dos crimes. A mesma ação já foi feita junto à
Procuradoria-Geral da República (PGR).
A busca de uma
solução para os assassinatos dos Moradores de Rua de Goiânia é de urgência
urgentíssima. Não dá mais para esperar! O que todos e todas desejamos é que as providências
tomadas não fiquem - mais uma vez - só em palavras, mas cheguem, com rapidez, a
resultados concretos.
Em nome da Pastoral do Povo de Rua
do Vicariato Oeste da Arquidiocese de Goiânia e, penso poder dizer também, em
nome de todos aqueles e aquelas que lutam na defesa dos Direitos Humanos, de
maneira especial, da vida dos Moradores de Rua, faço novamente (já fiz no
início do mês de abril deste ano) à ministra Maria do Rosário, da SDH-PR, quatro
apelos dramáticos:
1.
Que,
na Grande Goiânia, os Moradores de Rua sejam incluídos, com a máxima urgência,
no Sistema de Proteção a Pessoas Ameaçadas do Governo Federal;
2. Que
as investigações das mortes de Moradores de Rua sejam federalizadas
imediatamente;
3.
Que
os resultados das investigações sejam públicos e amplamente divulgados na Mídia;
4.
Que
os responsáveis sejam processados, julgados e condenados com rigor e rapidez.
Chega de tanta barbárie! Em nome de
Deus, parem a execução de Moradores de Rua, nossos irmãos e irmãs!
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